HISTÓRIA DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ


CHARLES TAZE RUSSEL

Charles T. Russell nasceu em 16 d fevereiro de 1852, em Pittsbusgo, Pensilvânia, EUA, filho de Joseph L. Russel e Anna Eliza Birney, ambos presbiterianos e de origem escocês-irlandesa. Sua mãe faleceu quando ele estava com nove anos e seu pai, em 1897, aos 84 anos. Foi educado em modesta escola publica até os 14 anos de idade, quando começou a trabalhar com seu pai, que era dono de uma rede de lojas de roupa masculina.
Tornou-se sócio do pai aos 15 anos de idade e, aos 25, gerenciava essas lojas. Porem, mais tarde, desfez-se desses negócios para dedicar-se ao ministério, recebendo “mais de um quarto de milhão de dólares” pela venda de suas lojas.  

Russel recebeu educação presbiteriana, mas depois migrou para a Igreja Congregacio-nal, considerada menos austera. Sua fé foi abalada quando estava com 16 anos de idade. Ao tentar ganhar um amigo para Cristo, não pode defender com êxito suas crenças e perdeu a fé na Bíblia. O tema da discussão foi à doutrina do inferno ardente como lugar de suplicio eterno para os infiéis.



A deriva, em busca da verdade, estudou religiões orientais, sendo que nesse período não cria nos ensinos que recebeu na infância e discordava dos credos das igrejas protestantes. Ele mesmo testificou que numa noite de 1869, num subsolo próximo a uma de suas lojas, Rua Federal, ouviu a pregação de um pregador adventista, Jonas Wendell. Isso despertou nele o interesse pelo estudo da Bíblia e sua fé foi restaurada. Recebeu orientação e ajuda espiritual de outros dois homens, entre 1869 e 1872, que na época lideravam movimentos religiosos independentes, oriundos do movimento de William Miller, são eles: George W. Stetson, pastor da Igreja Cristã do Advento, em Edimboro, na Pensilvânia, e George Storrs, editor da revista Bible Examiner. Segundo Schnell, Russell teve contato com os escritos de Ellen Gould White.   

Entre 1870 e 1875, Russel, seu pai, mais tarde membro da organização, e mais tarde membro da organização, e mais quatro amigos reuniam-se regularmente “para efetuar um estudo sistemático da bíblia”, sob sua supervisão. Ao cabo de cinco anos, o grupo elegeu-o como seu pastor.

Como Russell possuía pontos de vista muito pessoais, principalmente quanto à maneira e ao objetivo da vinda de Cristo, não demorou haver divergência entre seus pontos de vista e os lideres adventistas. Nessa época, em parceria com um adventista de nome Nelson H. Barbour escreveu um livro intitulado “O Objetivo e a Maneira da Volta de Nosso Senhor”, na década de 1870, momento em que defendia tal idéia.   

Barbour e Russel publicaram, em 1877, o livro “Três Mundos, e a Colheita deste Mundo, identificado, também, como Três Mundos ou Plano da Redenção, que apontava o fim do mundo para 1914. A obra editada em co-autoria apresenta o nome dos dois, mas quem de farto a escreveu foi Barbour. Isso é colocado no prefácio, Russel partilhou apenas da edição, ele mesmo confirmou isso, em 1906. Ambos pregavam que a “presença invisível” de Cristo havia começado em 1874, sendo que, em 1878, seria o arrebatamento dos salvos para o céu e que Jeová estava dando a oportunidade de salvação por um período de 40 anos culminando em 1914, “ ou 40 anos depois de 1874; e estes quarenta anos nos quais agora entramos serão um tempo de tribulação tal que nunca houve desde que há nação”.
   
Essa união não durou muito, pois em agosto de 1878, houve o primeiro cisma. O pequeno grupo esperava ser arrebatado ao céu na primavera de1878, conforme a profecia do livro Três Mundos..., a data chegou, e nada aconteceu. Isso gerou uma crise interna e a solução apresentada por Russell não foi aceita por Barbour, essa consistia numa nova interpretação da profecia, afirmando ser 1878 um ano assinalado, portanto, os que morrerem depois desse ano teriam ressurreição celestial instantânea e não permaneceriam na sepultura.
   
Barbour era o intelectual do grupo e a participação de Russell era basicamente financeira. A desavença entre eles começou por essa interpretação de Russell. Em seguida, este acusou Barbour de negar a doutrina do resgate, essa idéia é veiculada, ainda hoje, pelas Testemunhas de Jeová. Porém, Penton afirma Barbour foi citado fora do contexto, “o que Barbour negou foi a doutrina da expiação substitucionária e a importância da morte de Cristo”.
   
Paton continuou com Russell até1881, quando este se recusou a publicar seus artigos, pois os tais eram considerados a negação da doutrina do resgate.
   
Casou-se em 1879, com Maria Frances Ackley,  não tiveram filhos, o casamento terminou em divórcio litigioso após 18 anos. Ela trabalhou na organização como secretária-tesoureira e depois editora associada. Ela possuía escolaridade superior a dele, havia concluído o ensino médio e “não somente era formada no high school, mas recebeu treinamento de professor em Pittsburg Curry Normal School. Russel esperava de ela ser uma eficiente executiva em sua organização, ela, por outro lado, esperava ele ser um marido que se comportasse como tal. Porém ao se casarem, ambos concordaram em abrir mão de relações sexuais, pois o optaram por viver celibatariamente, sem coabitação futura, como marido e mulher, para se dedicarem de corpo e alma ao ministério.
   
A separação aconteceu em 1897, mas a sentença foi obtida em 1906. Ela acusou o marido em juízo, de arrogância, de egoísmo, de caráter dominante e de conduta imprópria para com outras mulheres, pois suspeitava de um relacionamento dele com Rose Ball, tida como filha adotiva. Gerardo Hébert afirma que Russell não respeitava sua esposa, insultava-a na presença de pessoas, fazendo-a passar por desequilibrada mental e, alem disso, não permitia que recebesse visitas, isso afetava a sua saúde, pois ela sofria de erisipela.
   
Ficou provado em, em juízo, que dispensou a ela um tratamento cruel!...”ele foi repreendido pelos tribunais... houve muito litígio desfavorável à pretensão do pastor concernente à ação de alimentos contra ele intentada pela esposa, até que em 1909 foi fixado o pagamento de US$ 6.036 para a senhora Russell”. Viu-se muitas vezes em apuros com a justiça devido a escândalos financeiros.
Os dois pontos básicos de interesse de Russell foram o combate a doutrina do inferno ardente e o retorno de Cristo.

Os seguidores dos ensinos de Russell foram inicialmente chamados de Aurora do Milênio e depois de Russelitas, em seguida referiam-se a si mesmos como estudantes da Bíblia; a partir de 1910, estudantes Internacionais da Bíblia  e, a partir de 1914, Estudantes da Bíblia Associados. Russell soube aproveitar a ignorância da maioria, pois “muitos leigos, mal avisados e pouco instruídos nas coisas do Senhor, ficaram fascinados pela sua representação”.
Em 1912, um pastor batista, J.J.Ross, de Hamilton, Ontário, publicou um panfleto intitulado (Alguns Fatos Sobre o Suposto “Pastor” Charles T. Russell), no qual criticava os ensinos de Estudos das Escrituras. Segundo Walter Martin, o panfleto declarava que Russell não era teólogo, nem intelectual, chamando sua teologia de irracional, anti-cientifica, antibiblica e anticristã. O panfleto afirmava, ainda que Russel nunca havia feito um curso superior e conhecia muito pouco de filosofia, teologia sistemática e história, além de desconhecer completamente as línguas originais da Bíblia.
   
Logo Russell moveu uma ação contra o pastor Ross, acusando-o de calunia, sendo Rutherford seu advogado. Declarou em juízo, no tribunal de Hamilton, em março de 1913, que era pastor ordenado por uma reconhecida organização religiosa e conhecia a língua grega. Durante a audiência ele não pode provar suas declarações e terminou admitindo não conhecer o grego, sequer o alfabeto dessa língua, além de nunca ter sido ordenado por um bispo, um ministro, um pastor, um presbítero ou um concílio.
   
Charles Taze Russell morreu a 9 de novembro de 1916, em Pampa, Texas, numa viagem em turnê, voltando da Califórnia, aos 64 anos.
   
Logo depois do divórcio, Russell fez um testamento em 1907, publicado na revista The Watchtower de 1 de dezembro de 1916, quando passou, ainda em tempo, a direção de sua organização para uma comissão chamada “ Comissão Editora”, formada por cinco homens, membros vitalícios, responsáveis pela publicação de The Watchtower.

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